investigação

Suspeito de espancar cachorro até a morte diz que animal tinha atacado pet da irmã

João Pedro Lamas*

Foto: Divulgação
Juliano, como foi batizado

O homem suspeito de ter espancado um cachorro de rua até a morte em Santiago, no último domingo, disse que o animal tinha atacado o pet da sua irmã, um cachorro pequeno, razão pela qual teria afastado o bicho com o pé e lhe agredido com o cabo de uma faca. Ele afirmou que não sabia que Juliano, como foi batizado o cachorro, tinha morrido.

Conforme a Polícia Civil, foi registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra ele, que dá conta de "um crime de menor potencial ofensivo", que é o crime ambiental, como o de crueldade contra os animais. Ele foi responsabilizado.

A polícia explica que, de modo a simplificar o processo, nesses casos, é possível, ao invés de instaurar um inquérito policial, lavrar o TCO, o que faz com que ele seja encaminhado ao Poder Judiciário imediatamente, registrados o suspeito de ser o autor do fato e a vítima, com a devida requisição dos exames periciais necessários. Como o fato já estaria esclarecido, não seriam necessárias, assim, diligências investigativas, como escutar testemunhas.

A pena para maus-tratos contra animais, em uma eventual condenação, é de três meses a um ano, além de multa.

O CRIME
De acordo com a Brigada Militar (BM), o suspeito estaria preparando um churrasco com sua família no Parque Zamperetti, no bairro de mesmo nome, por volta do meio-dia, quando Juliano se aproximou.

Cachorro é espancado até a morte em parque de Santiago

Testemunhas contaram aos policias que esse homem, incomodado com a presença de Juliano, imobilizou o animal com o pé pelo pescoço e lhe agrediu com uma arma - não se sabia ao certo que arma era essa. Agora, sabe-se que se trataria de uma faca. Testemunhas contam que Juliano ainda tentou caminhar após a agressão, mas morreu em seguida. O corpo não apresentava ferimentos de perfuração, situação que está de acordo com o que o suspeito contou: que a agressão aconteceu com o cabo da faca.

Essas testemunhas disseram, também, que o cachorro vivia no parque e era cuidado pela população. Foram essas testemunhas que acionaram a BM.

PROTESTO
Segundo o zelador do parque, Ernani Gonçalves, 69 anos, que cuidava de Juliano, o animal vivia no local há cerca de cinco anos. O zelador relata que deixou o animal solto pelo parque no dia, pois havia muitas crianças que gostavam de brincar e tirar fotos com o cachorro.

- Estou muito abalado com a morte dele. Como eu sempre estive muito sozinho, ele era a minha companhia. Todo final de semana, quando eu ia para a igreja, ele caminhava do meu lado. Quando eu entrava na igreja, ela ficava na porta me esperando até a hora que a missa acabava, para voltar junto comigo - lembra Ernani.

Conforme a veterinária Eva Müller, a morte de Juliano causou comoção e indignação na cidade.

- Ele era muito amável com todo mundo. Quem passava pelo parque sempre parava um minuto para brincar com ele. Por isso, ficamos muito indignados. Isso não é admissível em qualquer situação. Ficamos muito chocados com o que as pessoas são capazes de fazer - conta veterinária.

Um grupo de proteção aos animais de Santiago está organizando um protesto após a morte do cachorro. O protesto está marcado para iniciar às 16h do próximo sábado. O grupo deve sair em caminhada da Praça Moisés Vianna até Parque Zamperetti, local onde o animal foi morto.
*Colaborou Janaína Wille

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